Os sepultadores sempre foram profissionais historicamente invisíveis, mas ironicamente todos nós iremos embora pelas mãos deles …
Nesta função necessitam racionalizar a morte e a dor, tratam os familiares da pessoa falecida sem rodeios ou sentimentalismos, procurando minimizar a dor do sepultamento. O trabalho é basicamente artesanal, implicando em esforço físico e impacto psicológico constante do momento mais delicado da existência humana – A Morte. Existem relatos que a maioria dos sepultadores sofreram e choraram durante ou após o sepultamento sem que quase ninguém percebesse.
Basicamente esta é a realidade profissional dos “coveiros” ou como preferem ser chamados – Agentes sepultadores.
Segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), a atividade de sepultador inclui, construção, preparo, limpeza, abertura e fechamento de sepulturas. Além do sepultamento, exumam e também existem os que cremam os cadáveres. A exumação de corpos costuma ser o primeiro teste de um candidato ao cargo; resistiu ao forte impacto! Está contratado!
“Para ser coveiro não precisa fazer curso, necessita ter coragem”.
Com a chegada da covid-19 a situação ficou extremamente complicada, o crescente número de mortes somadas à proibição da participação das famílias nos velórios e nos sepultamentos, essa inusitada exposição da atividade desnudou os aspectos precários relacionados às condições e à organização de trabalho dos sepultadores. Antes eram trabalhadores invisíveis, hoje, expostos pelo contexto da pandemia, são vistos como uma classe trabalhadora reconhecidamente essencial.
Esperamos que essa justa e merecida visibilidade tenha continuidade após a pandemia.
P. Gratz out 2021