QUAL O EQUILÍBRIO PARA UM PROCESSO SELETIVO INCLUSIVO?
Hoje conseguimos observar diversas vagas com título de Inclusivas e/ou Afirmativas, com RH’s que se engajam no conceito de diversidade, mas vale a reflexão. Em minha atuação ajo com igualdade ou equidade?
Um processo com igualdade terá como base permitir as mesmas oportunidades a todas as pessoas. O que já é ótimo, visto todas as barreiras já derrubadas nas frentes inclusivas para permitir o direito da ampla concorrência às vagas por todos. Contudo, esse olhar da igualdade permite o acesso ao processo seletivo, mas não observa as necessidades e particularidades de cada indivíduo e seu contexto social, ou seja, no final do funil de seleção (em sua maioria) as pessoas aprovadas continuam sendo as mesmas.
Enquanto isso, corre na tangente o olhar da equidade que são processos seletivos que reconhecem que não somos todos iguais, pois cada um teve um ponto distinto de partida, agregando a história de vida à trajetória profissional, como méritos, competências e habilidades a serem considerar na avaliação profissional.
Estes processos vêm construindo conceitos inclusivos que configuram as vulnerabilidades e diversidades como marcadores que contribuem para aprovação nas vagas, ação que permite um processo seletivo com base na equidade. Reconhecendo que as empresas com quadros mais plurais têm um aumento de seu capital intelectual e resolutividade, construindo ações com estratégias mais criativas e inovadoras, validando o poder da diversidade como diferencial de sucesso
Com isso temos o equilíbrio como palavra-chave, ao colocarmos a importância de que processos inclusivos tenham como base a equidade, reconhecemos, respeitamos e valorizamos assim cada composição da história de vida que agrega a trajetória profissional de cada currículo triado. Sendo importante considerar a capacidade inclusiva de cada vaga, ou seja, a ambiência e acessibilidade que possam ser necessárias, bem como a cultura e relacionamento da equipe a qual o cargo se relacionará.
Podemos concluir que os RH’s como um todo estão em desenvolvimento neste tema, com as plataformas de recrutamento incluindo algoritmos capazes de traçar o potencial destas características às competências dos cargos, ações de desenvolvimento organizacional na busca de uma cultura de respeito, acesso e inclusão. E fechamos com a reflexão sobre a frase da P. Gratz “Diversidade é conceito, inclusão é atitude”, ou seja, conscientes que nem todos tem as mesmas oportunidades, agirmos em prol do equilíbrio fazendo processos seletivos com filtro da equidade.
Juliana Kogake
Coordenadora do Núcleo de A&S de Tech, Técnicos e Administrativos